O que preciso ter na minha dieta?

Nos últimos tempos não é muito difícil encontrar por aí alguém que esteja de dieta, com um objetivo de estética ou de saúde. Dietas sem glúten, sem lactose, baixas em carboidrato, sem nenhum carboidrato, sem gordura, com muita gordura, rica em proteína e por aí vai.

O mais interessante é que a maioria dessas pessoas não está seguindo uma dieta recomendada por um nutricionista, que avaliou todas as suas individualidades e condições de saúde para determinar uma alimentação adequada. Ao invés disso, através de dicas e relatos, ela adere a uma alimentação regrada para atingir diversos objetivos, como por exemplo emagrecer, diminuir o colesterol e açúcar no sangue ou até mesmo melhorar a pele. Porém, não podemos dizer com certeza se esses efeitos serão alcançados ou não, é muito comum os objetivos serem atingidos através de procedimentos estéticos ou até medicamentos.

É curioso como essas dietas sempre falam de um nutriente. Não sei você, mas eu não como nutrientes, eu como alimentos que podem (ou não) ser ricos em nutrientes.

Falando nisso, vamos entender qual a diferença entre nutriente e comida?

Os nutrientes são responsáveis por realizar funções no organismo. São eles carboidrato, proteína, vitamina C, vitamina A, ferro, cálcio e muitos outros.

Já a comida é aquilo que tem significado, contexto e cultura, um exemplo é a chamada “comida de verdade”. Tem quem acredite que este é um novo termo para uma alimentação cheia de restrições, mas se alguém quiser te convencer disso, é pura publicidade. A comida de verdade é aquela que você pode comprar na feira ou que tem uma pequena quantidade de nomes estranhos na lista de ingredientes do rótulo, ou melhor ainda, sem rótulo! Já leu a lista de ingredientes de uma banana, alface, tomate ou beterraba? É claro que eles têm diversos nutrientes, mas são próprios daquele alimento e se combinam de uma maneira equilibrada, fazendo parte de uma alimentação saudável.

A comida é feita por alimentos e os alimentos são feitos por nutrientes, que são compostos químicos essenciais para a vida. Comer é um ato complexo, reduzí-lo a consumir ou não determinado nutriente é uma forma muito simplista de se enxergar algo tão grandioso.

Em vez de se esforçar (e às vezes até se torturar) para retirar algo da sua alimentação sem uma comprovação nutricional ou médica, prefira optar por uma alimentação que faça sentido para você. Conecte-se com receitas tradicionais da sua família e, como sempre, prefira alimentos naturais e da época.

Antes de retirar alimentos da sua rotina, pense o que é possível fazer para melhorar a sua alimentação como um todo, prefira aquela comida que você pode reconhecer de onde veio. Por exemplo: entre um refrigerante zero açúcar e um suco de laranja natural, qual você consegue rastrear e identificar o que deu origem a aquele alimento?

Comer de forma saudável pode (e deve) ser delicioso! Procure variar a sua alimentação de uma maneira que esteja de acordo com a sua condição financeira, que você tenha acesso e faça sentido para você.

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Mariana Ribeiro é nutricionista com aprimoramento em transtornos alimentares e técnica em Nutrição e Dietética. É apaixonada pela ciência bioquímica e fisiológica da Nutrição, e acredita ser essencial associar esse conhecimento com o comportamento alimentar de forma que seja possível melhorar a relação das pessoas com os alimentos e o ato de comer, favorecendo a saúde e a adequada nutrição.

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